Arquivado em Números SEO

O que não se mede, não se gerencia

Provavelmente eu li esta frase em algum livro de administração na época da minha primeira faculdade. Esta frase me fez ver as empresas e estratégias de uma maneira diferente. Mas ela só teve a força que teve por conta do meu estudo anterior de geografia crítica (eu sei, mas parece mais cult do que é). E preciso analisar os dados com muito cuidado e senso crítico. Mas por que um blog de marketing de busca está com um texto deste gênero?

Nas últimas semanas, recebi muitos “estudos estatísticos” sobre o nosso mercado. Coisas como, “o Bing está crescendo” ou “a conversão de links patrocinados é maior do que SEO“. E a pergunta que faço é: você pode extrair inteligência dos dados acima? Ao se analisar um dado é necessário antes que os objetivos sejam definidos. Ter muitas visitas não pode ser um indicador puro de sucesso. Muitas áreas de internet das empresas ainda apresentam para seu corpo diretor relatórios de “Page Views” mostrando o sucesso do site. A frase “este ano superamos em x% os acessos do mesmo período do ano passado” é repetida com orgulho por diversos gestores. Mas será que este dado é mérito de alguém? Todos os anos temos um aumento na quantidade de pessoas que tem acesso a internet no país. Isto naturalmente não causa um aumento de acesso geral nos sites, mesmo que eles não façam nada? A popularização da banda larga não deixa as pessoas mais tempo online e consequentemente elas acessam mais aos sites? E para encurtar a história, de qualquer maneira, quem disse que Pageview é sinônimo de sucesso? Não adianta nada milhões de acesso se os produtos de uma empresa não são vendidos. É onde o famoso “não existe almoço grátis” deve ser encarado.

SEO não é, nem nunca deveria ser, entendido como ficar em primeiro no Google nem em “receber muitas visitas”. Ele dever ser entendido como ficar bem posicionado principalmente nas palavras que vendem mais ou nas que o retorno sobre o investimento for maior. Isto não invalida o uso de long tail ou lembrança de marca provocada pelo SEO, mas o foco deve ser sempre atingir o que o que dá mais resultado para a empresa baseada em seus recursos. Um exemplo exagerado seria checar, o que dá mais resultado para uma pousada da zona sul do Rio de Janeiro, ficar em primeiro para a palavra generica como “hospedagem” que gera muitos acessos ou para a busca por “pousada copacabana”?

Fora isto, quando você vê um estudo que declara que “a conversão de links patrocinado é maior do que SEO”, você não deveria se perguntar, mas o ROI de qual foi maior? Ou questionar se em todo tipo de de palavra-chave a conversão é a mesma? Ou até, será que o volume gerado e a lembrança de marca gerado pelo SEO não é muito maior? A resposta final vai além disto. O que você tem que fazer de verdade é testar no seu site e ver o resultado. Se você não mede, não pode concluir se um estudo é real para você. Não acredite puramente em estatísticas. Meça e gerencie. Pergunte de qual amostra foi feito o estudo. Mas se for medir, tem que ser direito. Só o fato de misturar rede de conteúdo com rede de pesquisa já cria uma amostra com comportamento diferente. A habilidade de analisar dados é base para qualquer profissional de marketing digital. Morte a cultura de Page View e a falta de análise crítica.

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Alternativas ao Top 100 sites de busca alternativas

Vi no del.icio.us uma lista com 100 site de busca.

Senti falta de quatro sites na lista: Snap, SearchMash, o DMOZ e Swoogle. Olhando com calma vi que o Swoogle estava na lista. Ele é uma proposta de busca semântica. A busca semântica é o sonho de Tim Berners-Lee onde agentes (robôs) executariam as buscas para nos facilitar a vida. Eu vi até uma vez um vídeo mostrando como seria a vida com eles em que uma consulta ao médico era marcada conforme a agenda do médico e do paciente de forma automática, pedindo apenas a confirmação humana. Os agentes nos poupariam tempo trocando dados entre sites e resolvendo problemas para nós. Se eu achar este vídeo coloco aqui.

O Snap é uma busca diferente. Ela já vem com aquele sistema AJAX de sugestão e retorna resultados de páginas com preview. Ele é mais conhecido pelo “balão de preview” em links que está na moda em blogs. Se não conhece, este site usa o snap preview. Eu não sou muito fã do preview, mas eu explico em outra oportunidade.

O SearchMash já foi comentado neste blog. Ele é um teste do Google e é bastante interessante. Me surpreendeu bastante ele não estar na lista.

Já quem eu não esperava ver na lista foram o Digg e o Del.icio.us. Eles são sites que “tem uma busca” e não “de busca”. Isso significa que o meu site deveria estar na lista, afinal eu tenho uma busca. Confesso que uso o del.icio.us como busca, mas uso o esquema de tag/popular para encontrar o que quero.

Acha que eu esqueci do DMOZ né? Bem, ficou por último pois considero que o conceito dele já morreu e não enterraram. Falta padronização nas aprovações, ficou um bom tempo fechado para inserção de site e é muito lento e burocrático no processo. Não acho que vai melhorar, pois já está há alguns anos com problemas. Uma pena que o Google o use como diretório web. Tomara que eles abram os olhos para isto.

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